segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Refugiados se qualificam para o mercado de trabalho gaúcho



Estrangeiros se formaram no curso de auxiliar de cozinha e usam certificado como carta de recomendação

Estrangeiros se formaram no curso de auxiliar de cozinha e usam certificado como carta de recomendação | Foto: Paulo Nunes

Sem referências de empregos anteriores no Brasil, haitianos, senegaleses e um sírio refugiados em Porto Alegre receberam nesta segunda-feira um certificado que vai lhes servir como uma carta de recomendação. Eles fizeram parte da primeira turma de auxiliar de cozinha, um curso proporcionado por meio da parceria entre o Sindicato de Hospedagem e Alimentação de Porto Alegre e Região (Sindha), Senac, Sine e a Secretaria Municipal de Trabalho e Emprego. Ao todo, nove estrangeiros receberam os certificados.

A gerente do Sine Municipal, Ângela Oetinger, disse que o mercado de trabalho já tem vagas abertas para esses trabalhadores, agora, qualificados. “Queremos dar continuidade aos cursos. Vamos analisar este projeto piloto e lançar o novo, talvez em 2015 ainda”, adiantou.

Há quase dois anos na capital gaúcha, o sírio Khaled Aldos, 43 anos, conta que o curso ajudou a aperfeiçoar suas habilidades na cozinha – ele foi chef no Líbano. Agora, ele quer inovar para apresentar algo diferente aos gaúchos. Sozinho no Brasil, ele agradece a receptividade. “Procurei a Europa, mas estava fechada para os sírios. O Brasil me acolheu. Vim em busca de nova vida, de paz.”

O haitiano Renault Saul, de 37 anos, diz que não sabia cozinhar antes de chegar ao Brasil. Agora formado, ele busca uma oportunidade de trabalho no turno inverso ao emprego que tem num posto de combustível, na Zona Norte. “Quero conciliar dois empregos porque meu objetivo é mandar dinheiro para minha esposa e minha filha, de 10 meses, que ficaram no Haiti. Só conheço minha filha pela Internet”, revelou.

O presidente da Sindha, Henry Starosta Chmelnitsky, diz que a formatura dos estrangeiros demonstra que as entidades estão unidas para formar exemplos reais: “Temos que fugir da retórica e nos focar em ações que permitam, na prática, a integração dessas pessoas. Elas estão saindo daqui mais preparadas para a vida”, destacou.

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