quarta-feira, 10 de junho de 2015

Sítios arqueológicos resgatados em Minas

Os estudos arqueológicos em Minas Gerais ganharam contribuição na porção central do estado. A multinacional da mineração Anglo American informou ter identificado mais de 40 sítios arqueológicos na região do município de Conceição do Mato Dentro durante a implantação do Sistema Minas-Rio, complexo de exploração de minério de ferro envolvendo jazida, mineroduto e terminal portuário na cidade fluminense de São João da Barra. O trabalho resultou na catalogação, limpeza, análise e conservação de aproximadamente 200 mil vestígios encontrados.

A equipe de arqueologia da mineradora adotou os parâmetros propostos pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e atende às determinações do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha), de acordo com Aldo Souza, diretor de Saúde, Segurança e Desenvolvimento Sustentável da Unidade de Negócio Minério de Ferro Brasil da Anglo American. Os investimentos já feitos pela mineradora em projetos na área de arqueologia e conservação de patrimônio cultural no país somam R$ 7 milhões.“Vamos além do atendimento aos requisitos legais e à política de sustentabilidade do grupo Anglo American, e esse é um dos motivos pelos quais já realizamos um dos maiores investimentos privados em arqueologia e patrimônio cultural da história do Brasil”, afirma o executivo.

Além das peças resgatadas, a companhia localizou dois sítios pré-históricos na área do empreendimento, denominados Lapa do Fogão e Abrigo da Usina, que foram isolados das operações. Eles reúnem referências do modo de vida de habitantes da região há mais de 10 mil anos. Na Lapa do Fogão, as equipes da mineradora encontraram registros da produção de ferramentas feitas de pedra, seja por meio de lascamento, seja por polimento. O local foi usado para fabricação de instrumentos e abrigo ao longo de milênios.

O sítio Abrigo da Usina guarda sinais ruprestres e representações gráficas que podem ajudar na interpretação do pensamento e das ações de povos que habitaram a área em tempos remotos. O trabalho de resgate dos sitos arqueológicos foi realizado em parceria com as empresas contratadas Scientia Consultoria Científica e Arcadis Logos. Ainda segundo Aldo Souza, a iniciativa integra o programa da Anglo American para arqueologia preventiva e valorização do patrimônio cultural de Conceição do Mato Dentro e arredores.

“Significa, por exemplo, retornar para as comunidades saberes históricos do patrimônio arqueológico da região, por meio da divulgação do conhecimento”, diz Souza. Alguns dos objetos encontrados nos sítios integram mostra da Estação Ciência Anglo Americab – Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço, montada em Conceição do Mato Dentro. Inaugurado em março de 2014, o espaço já recebeu mais de 4 mil visitantes. O empreendimento é gerenciado junto à Associação Mineira de Defesa do Meio Ambiente (Amda), organização não governamental que atua há 30 anos em Minas.

A Anglo American vai lançar dois livros, neste ano, de autoria do historiador Renato Kipnis, PhD. em arqueologia e antropologia. As publicações tratam da ocupação pré-histórica da região desde o período holocênico, relaitvo aos últimos 10 mil anos de história da terra, e sobre o período pós-conquista bandeirante, a partir do século 17, tendo como ênfase a ocupação pelas populações da época.

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