Só nos primeiros quatro meses do ano, o Brasil perdeu mais de 130 mil postos de trabalho com carteira assinada. Principalmente em setores que contratam muita gente, como a construção civil, a indústria e o comércio. E o desemprego bateu primeiro na porta de quem ficou menos tempo na escola.
A vida não está fácil para o trabalhador. A crise na economia tem fechado vagas no comércio, na área de serviços e na indústria, que amarga as maiores perdas. E as vagas desaparecem mais rápido para quem estudou menos.
As pessoas que têm menos escolaridade têm a rotatividade mais alta. Quando vem a recessão, as primeiras a serem cortadas são essas pessoas que têm menos escolaridade, por que como elas têm menos tempo na empresa, os custos trabalhistas de demissão são menores. Então é assim que acontece: as últimas a entrarem são as primeiras a saírem", explica o professor Naércio Menezes.
Um levantamento feito pelo Jornal Nacional com os dados mais recentes do Caged, que mede as vagas com carteira assinada, mostrou que o maior número de vagas fechadas em abril foi entre as pessoas com ensino médio completo: mais de 26 mil empregos perdidos. No mesmo período do ano passado, houve criação de vagas: mais de 77 mil.
Mas, para quem tem ensino superior completo, a situação foi bem diferente. Apesar da crise, foram abertas 500 vagas. Número bem abaixo do ano anterior, mas muito melhor do que situação de quem não tem faculdade. O caminho para mudar esse destino passa pela sala de aula. E cada vez mais pessoas se dão conta disso. Em um cursinho preparatório para o vestibular, a procura aumentou este ano. De cada dez alunos, nove estudaram em escola pública.
Brena tem ensino médio completo e quer trabalhar com moda. Ela decidiu tentar faculdade para aumentar as chances de conseguir um emprego. "Porque na faculdade você vai ter todas as matérias de um jeito mais específico", diz Brena Peres.
Ela está na direção certa.
“A solução para o desemprego nesses momentos de crise é melhorar a qualidade da educação”, afirma Naércio Menezes.
É o que o Armando quer: ele tem 44 anos e já foi pintor, carpinteiro, e agora quer ser universitário. "Eu sou uma pessoa decidida - quando eu quero alguma coisa eu corro atrás, eu vou e busco meu objetivo", diz Armando.
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