Após uma reunião que teve tumulto em plenário e uso de spray de
pimenta, a comissão especial da maioridade penal adiou a votação,
prevista para esta quarta-feira (10), do relatório do deputado Laerte
Bessa (PR-DF), que reduz de 18 para 16 anos a idade mínima para que uma
pessoa seja punida criminalmente por cometer delitos.
O adiamento se deu por um pedido de vista coletivo de deputados
petistas que integram o colegiado. Com isso, a proposta de emenda à
Constituição voltará a ser analisada na próxima quarta (17). O
presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), já informou que colocará o texto em votação no plenário no próximo dia 30 de junho.
A reunião desta quarta foi acompanhada por integrantes da União
Nacional dos Estudantes Secundaristas (UBES) e da União Nacional dos
Estudantes (UNE), que no início gritaram palavras de ordem como “Não,
Não, Não à redução!”.
Diante das manifestações em plenário, deputados favoráveis ao texto
pediram que os jovens fossem retirados, porque estariam "pressionando"
os parlamentares. Os estudantes, então, vaiaram a sugestão, o que fez
com que o presidente da comissão, André Moura (PSC-CE), pedisse a saída
deles do plenário.
Irritados, os jovens decidiram invadir o plenário da comissão especial,
furaram o bloqueio da segurança e ocuparam os espaços onde ficam os
deputados. Alguns chegaram a subir nas mesas e gritando: "A Casa é do
povo, a Casa é do povo!" e "Para estudante, não! Polícia é para ladrão".
Quando o presidente da comissão pediu reforço de seguranças, os
manifestantes entoaram: "Fascista!, Fascista". Em razão do tumulto, os
deputados decidiram deslocar a reunião da comissão para outro plenário
da Câmara.
Durante a saída dos deputados, um grupo de manifestantes tentou deixar o
plenário por uma das portas e foi impedido. Eles tentaram furar o
bloqueio da Polícia Legislativa e foram atingidos por spray de pimenta. De acordo com a assessoria da Câmara, seis pessoas foram atendidas no
Departamento Médico da Casa com sintomas relacionados ao contato com o
spray de pimenta. Todas já foram liberadas. Depois de todo o tumulto, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), classificou o episódio como “inadmissível” e anunciou que vai proibir o acesso do público nas sessões do colegiado.
Fonte: http://g1.globo.com/politica/noticia/2015/06/apos-confusao-e-pedido-de-vista-comissao-adia-votacao-da-maioridade.html
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